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A Mercedes deixa o Brasil. E a Audi, a BMW e a Land Rover?

Mesmos motivos que levaram a Mercedes-Benz a encerrar a produção pode causar um efeito cascata


POR FITMETAL

Publicado em 20 de dezembro de 2020

Fábrica da Mercedes-Benz em Iracemapolis (SP)


O anúncio feito nesta quinta-feira (17) de que Mercedes-Benz deixará de produzir carros no Brasil pegou todo o mercado de surpresa. A empresa encerrou a produção de veículos de passeio após quatro anos do aporte de mais de R$ 600 milhões na fábrica de Iracemápolis (SP). Com isso, surgiu uma interrogação acerca das operações de Audi, BMW e Land Rover.

Os mesmos motivos que levaram a Mercedes-Benz a encerrar a produção pode causar um efeito cascata. E afetar outras fábricas de carros premium que se instalaram no Brasil. Todas foram implantadas mirando os incentivos prometidos pelo Inovar-Auto. Trata-se do programa do governo federal voltados a fomentar a indústria e à criação de empregos.

O câmbio desfavorável do dólar é apontado como o principal problema. Não é vantajosa a operação de produzir nacionalmente carros que têm quase 100% das peças importadas. Há ainda a queda de vendas do mercado e também a de carros premium, sobretudo com a pandemia da covid-19.

O Jornal do Carro procurou as marcas para saber se há possibilidade de encerramento da produção local. A Audi, por exemplo, já havia deixado de produzir o SUV compacto Q3 quando o modelo mudou de geração na Europa. Com isso, resto à fábrica de São José dos Pinhais (PR) apenas a produção do A3 Sedan. O carro também está saindo de linha no País.

Segundo informações da Audi, há um estudo em curso sobre a viabilidade de fabricação de um novo modelo no Paraná. Contudo, não há nada de concreto ainda. O mais provável é que, se isso ocorrer, o escolhido será o novo Q3. Ou até mesmo o A3 reestilizado, que já está à venda na Europa.

Os alemães da sede da empresa, em Ingolstadt, esperam por uma definição do governo brasileiro acerca do Inovar-Auto. E aguardam os créditos dos impostos prometidos a quem decidisse fabricar carros no País. O imbróglio começou no governo de Dilma Rousseff (PT), passou pelo de Michel Temer (MDB) e chegou ao do atual mandatário, Jair Bolsonaro (sem partido).

“Entre o fim da produção do A3 Sedan e a confirmação de um novo produto, haverá um hiato de produção”“, informa a Audi por meio de comunicado. Ou seja, em 2021, a fábrica ficará ociosa – ao menos por uma boa parte do ano. Isso porque, mesmo que seja confirmado um novo carro, a empresa precisará adequar a linha e treinar seus funcionários.

A BMW, com fábrica em Araquari (SC), está mais otimista quanto à manutenção de sua planta no Brasil. “Os planos do BMW Group Brasil permanecem inalterados e todos focados no médio e longo prazo. Acabamos de assinar nossa participação na Rota 2030 e continuamos trabalhando para nos mantermos com alta capacidade de nos reinventar”, informou a companhia.

A BMW produz no País o sedã Série 3 e os SUVs X1, X3 e X4. Na mesma planta a empresa produziu, por um breve período, o Mini Countryman. A marca inglesa faz parte do grupo alemão. Mas, na mudança para a atual geração, o SUV da Mini voltou a ser trazido da Europa. Inaugurada em 2014, a planta catarinense tem capacidade para fazer até 32 mil carros por ano.

A fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ), inaugurada em 2016, também já teve dias melhores. No início das operações, a planta produzia os SUVs Evoque e Discovery Sport. Desde 2019, apenas o segundo modelo continua sendo fabricado por lá.

A fábrica ficou parada de março até junho deste ano por causa dos impactos do novo coronavírus. A JLR informa, em comunicado, que mantém “a estratégia de longo prazo no mercado brasileiro, mas que existe um grande desafio pela frente”. Segundo a empresa, a prioridade é passar pela crise da melhor maneira possível, mantendo “a estratégia atual e para 2021”.

A JLR investiu R$ 750 milhões para erguer a fábrica. A capacidade produtiva é de 24 mil unidades por ano. Mas a planta produziu “exemplares suficientes para abastecer o mercado brasileiro”, diz a marca. A segunda geração do Evoque não foi nacionalizada, devido aos custos da modernização extra do modelo. Apesar disso, o motor flexível foi mantido como uma opção.

Com informações do Jornal do Carro


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