O vice-presidente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), Alex Custodio, integra a delegação brasileira no 4º Congresso da União Internacional Sindical – Metal e Mineração (UIS MM). A programação está sendo realizada em Buenos Aires, na Argentina.
Nesta quarta-feira (29), Alex – que também é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e dirigente nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) – falou sobre a conjuntura nacional. Ele lembrou a “série de retrocessos” que o País passou após o golpe de 2016, que tirou do poder a presidenta Dilma Rousseff. O período foi marcado por medidas como a reforma trabalhista, a lei da terceirização irrestrita e a reforma da Previdência, além de ataques aos sindicatos e à Justiça do Trabalho.
“Em 2022, com a unidade do movimento sindical, conseguimos interromper esse ciclo e ajudamos decisivamente a derrotar Jair Bolsonaro e a extrema-direita. Elegemos para a presidência nosso companheiro Luiz Inácio Lula da Silva – um raro líder internacional de origem operária e sindical”, afirmou Alex.
Com a posse de Lula, o Brasil passou a viver o que Alex chama de “uma importante jornada de reconstrução nacional”, que tenta “recolocar o País na rota da soberania, da reindustrialização e do progresso”. Essa batalha enfrenta “adversidades” que, de acordo com o sindicalista, “vão de um Banco Central autônomo e neoliberal a um Congresso majoritariamente conservador. Mesmo assim, o governo Lula já registra conquistas para os trabalhadores.
Emprego
“Houve avanços nas condições de trabalho e na renda do trabalhador, como a política de valorização do salário mínimo, a lei da igualdade salarial e o projeto de regulamentação do trabalho mediado por plataformas. Cerca de 2 milhões de empregos formais foram gerados em 16 meses”, disse Alex.
Segundo ele, a economia e o emprego serão beneficiados com a retomada de investimentos. Além de iniciativas do próprio governo – como o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a Nova Indústria Brasil (NIB) –, a iniciativa privada volta a apostar no País. “Só no setor automotivo, as fabricantes devem investir quase US$ 25 bilhões (R$ 131 bilhões) até 2030”, lembrou Alex.
Em maio, as centrais sindicais realizaram uma plenária nacional para atualizar sua pauta prioritária unificada – a Agenda da Classe Trabalhadora. “Entre as novas reivindicações, destaca-se o enfrentamento à tragédia que afetou o Rio Grande do Sul, decorrentes de chuvas de precedentes e do descaso do Poder Público.” Para o dirigente da Fitmetal, são necessárias “respostas emergenciais que deem perspectivas de trabalho, emprego, renda e direitos para centenas de milhares de atingidos”.
Alex elogiou países que tem adotado alternativas para reduzir a jornada de trabalho, sem redução de salários. A seu ver, este é um dos desafios postos para o governo de reconstrução. “Desde 1988, a jornada máxima no Brasil é de 44 horas semanais”, disse o sindicalista, que pediu mobilização em torno dessa “causa histórica para os trabalhadores”.
Brasileiros
Uma exposição do sindicalista brasileiro Divanilton Pereira, secretário-geral adjunto da FSM (Federação Sindical Mundial), marcou na terça (28) a abertura do 4º Congresso da UIS Metal. Além de Divanilton e Alex, o Brasil marca presença em Buenos Aires com uma delegação composta por sindicalistas como Francisco Souza, atual secretário-geral da UIS e secretário de Saúde da Fitmetal.
A Federação também é representada pelas dirigentes Andreia Diniz (secretária de Finanças) e Eremi Melo (secretária de Formação), além dos membros da direção plena Mario Hudson e Beto Osório. Integram, ainda, a delegação Omar Requena e Thamyres Cristina, ambos do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim (MG). O Congresso encerra nesta quinta (30) com a eleição da nova diretoria da entidade.
André Cintra
Jornalista, é assessor de Comunicação da Fitmetal