Conhecido como “El Pibe de Oro” (“o garoto de ouro”), Diego Armando Maradona se consagrou como um ídolo além do estádio e marcou sua trajetória com fortes embates contra poderosos na política. Apoiador declarado do líder da Revolução Cubana Fidel Castro e do presidente da Venezuela Hugo Chávez, o craque argentino atacou dirigentes de clubes, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e até o papa João Paulo II, sempre protestando contra a desigualdade de riquezas e de poder.
Na opinião do antropólogo Edison Gastaldo, professor no Centro de Estudos de Pessoal e Forte de Duque de Caxias, Dieguito era “uma espécie de liderança popular, que veio do povo e não se esquece de onde saiu. Isso é uma marca central no caráter do Maradona”. Pesquisador das relações entre o futebol e a identidade nacional, Gastaldo recorre ao conceito “intelectual orgânico”, do escritor italiano Antonio Gramsci, para descrever de que forma os torcedores argentinos interagem com a figura de Maradona, diante da sua dedicação à atuação na política.
“Seu posicionamento de base vem de uma herança peronista, trabalhista”, examina o professor, em entrevista à revista CartaCapital. É uma referência ao movimento do “peronismo” de Juan Domingo Perón, presidente da Argentina por três mandatos. Perón é uma das principais referências para a esquerda na Argentina. “Maradona é contra o rei, o duque, o xerife, é contra o establishment. Sua admiração também vem da ousadia em enfrentar poderosos”, diz Gastaldo. “Essa coragem de tomar partido, escolher seu lado em uma disputa, lhe dá muita coerência e fortalece sua imagem como um herói da classe trabalhadora.”
Num mercado que submete atletas ao “cala a boca e joga”, o astro argentino aparece como personalidade ímpar, que desagradou elites europeizadas e foi perseguido por suas manifestações. Morto nesta quarta-feira (25) na cidade de Tigre, após uma parada cardiorrespiratória, Maradona havia completado 60 anos em 30 de outubro. Agora, torna-se uma lenda do esporte, merecedor de comparações mitológicas por Gastaldo. “Como todo herói, ele vira imortal porque morre”, afirma o especialista. Confira trechos da entrevista.
CartaCapital: Como descrever o grau de identificação entre os torcedores argentinos e o Maradona?
Edison Gastaldo: Fundaram uma igreja (a Igreja Maradoniana) e registraram em cartório, com ritos, sacerdotes, casamentos “maradonianos”. É a dimensão mais superlativa da ideia do que seja um ídolo esportivo. Há um fenômeno sociológico geral, que é a figura do ídolo esportivo. O D’Alessandro, no Inter-RS, é um ídolo esportivo. O Túlio Maravilha no Botafogo, o Zico no Flamengo, são ídolos esportivos, jogadores extraordinários, muito respeitados, venerados.
Há toda uma dimensão de carisma, mas é um carisma dependente do desempenho em campo, de bola na rede. Não tem carisma que resista a um rebaixamento. A aura da vitória é um componente essencial do ídolo esportivo – ele tem de ser um vencedor, um sortudo. Quando jogar mal, ele tem de ganhar de 1 a 0. Você precisa ter esses feitos que são, no contexto contemporâneo, uma espécie de prova. Como, na Idade Média, seria o milagre para comprovar que o cara é santo. É preciso ter títulos para comprovar que é um ídolo, com vitórias e atuações consagradoras.
Há alguns casos em que o ídolo esportivo vai além. Ele se torna uma celebridade mundial fora do campo do esporte. Se você perguntar na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Rússia, todo mundo sabe quem é o Maradona, assim como todo mundo sabe quem é o Michael Jordan, quem é o Papa Francisco. São personalidades da cultura mundial. Ele é um dos grandes nomes do esporte no século 20. Não estou falando de futebol, nem da Argentina. Estou falando do esporte.
Na Argentina, a trajetória do Maradona cumpre uma espécie de profecia. Eu estava folheando dois livros de que gosto muito: Fútbol y Patria – El fútbol y las narrativas de la nación en la Argentina, do Pablo Alabarces, e Masculinidades – Fútbol, tango y polo en la Argentina, do Eduardo Archetti. Os dois têm capítulos sobre o Maradona. O Archetti diz “A saga do pibe de oro”. Pibe é “pivete”, “moleque”. Ele é o moleque de ouro, esse é o apelido dele. Dá para dizer que a saga do Maradona acompanha todas as etapas do mito do herói. A morte do Maradona o consagra como uma figura imortal. Como todo herói, ele vira imortal porque morre.
Em 1970, o Maradona tinha 9 anos. Em uma partida entre o Boca Juniors e outro time, ele era meio gandula, trabalhava na beirada. No intervalo, sem nada em campo, o gandula pega a bola e faz embaixadinha. Atravessa o campo, tocando de cabeça para o ombro, para o joelho, para o pé. Acaba o intervalo, os dois times querem entrar no campo, e a torcida não deixa. “Moleque!” – o menino de 9 anos encantou o estádio inteiro. Na semana seguinte, ele virou celebridade e foi dar entrevista na televisão. E aí ele falou: “Meu sonho é jogar em um time da 1ª divisão, ser campeão da Argentina, jogar na Copa do Mundo e virar campeão mundial”.
Por toda a parte, a trajetória do Maradona é midiática, está escrita na cultura de massas da Argentina. Desde os 9 anos de idade, a Argentina estava dizendo: esse guri vai ser campeão do mundo, o Messias prometido. Com 15 anos, ele jogou a primeira partida como profissional. Com 17, jogou pela Seleção Argentina. Aos 18, ele era capitão. E não é ser capitão da seleção de Botsuana – é ser capitão da seleção da Argentina, onde não falta craque. Maradona vai, então, para a Itália, e a questão agora é: para qual time? E ele vai para o Napoli, que nunca tinha ganhado a Liga da Itália.
Há uma coisa na Itália que se chama “questão meridional” – Gramsci tem inclusive um livro com esse nome. A Itália é dividida entre o norte e o sul. No norte, ficam as pessoas ligadas à indústria, à riqueza, ao dinheiro, às grandes cidades de Milão, Turim. Tudo o que você pensa em desenvolvimento industrial, Fiat, Olivetti, está concentrado no norte. O sul é a região mais pobre, onde tem imigração africana. É a região agrária. São duas Itálias. E Nápoles fica no sul. O Maradona poderia ter escolhido o Real Madrid, o Manchester United, e ele foi para o Napoli, que seria como jogar no América-MG.
O Maradona, na Argentina, era considerado negro, era uma das cabecitas negras, como as elites argentinas europeizadas chamam a população pobre e descendente de nativos. E ele também era o que se chama de “working class hero”, ou seja, o cara que sai da classe trabalhadora e enfrenta o patrão. Uma espécie de liderança popular, que veio do povo e não se esquece de onde saiu. Isso é uma marca central no caráter do Maradona: ele nunca se esqueceu de onde saiu. E ele sempre se “auto-outorgou” o papel de porta-voz dos cabecitas negras, dos trabalhadores e pobres.
Não é por ter ganhado milhões de dólares que ele tenha esquecido isso. Ele enfrentou a Fifa, a AFA [Associação do Futebol Argentino], as emissoras de televisão e arrumou briga com o papa. Era uma espécie de Robin Hood, sempre foi um rebelde. Há um capítulo do Pablo Alabarce que diz: “Un negrito respondón”. Que diz assim: e daí? Essa coisa arrogante, orgulhosa, de nariz empinado, que as elites jamais engolem ou toleram. Sempre vai ter uma punição severa destinada àqueles que se insurgem contra os poderosos. Maradona nunca teve medo disso. E isso é irresistível. Não tem como uma pessoa não se identificar com um cara tão sincero.
O culto ao Maradona tem muitas razões de ser pelo desempenho futebolístico, mas também pela atitude dele como trajetória midiática, com a vida à frente das câmeras. Pois ele foi para o Napoli para fazer os cabecitas negras serem campeões. E o que acontece? O Napoli abriu as portas para ele, e a única estrela que tem na camisa hoje foi o Maradona que deu. É uma trajetória heroica, como Hércules.
Tem a questão das drogas e da efedrina. Aquela vez da Copa de 1994, quando cortaram ele por doping, acho que foi a vingança da Fifa. Tenho a impressão, a convicção. Havia o passado como dependente de cocaína, que ele não estava usando durante a Copa, completamente tratado. Quem cheira cocaína não joga futebol por 90 minutos, é uma realidade clínica. Foi algo moral, do tipo “agora você vai ver”. A vida do Maradona parece um filme do Ben-Hur: grandes injustiças, grandes quedas e grandes ascensões. O Maradona é um personagem das telas, a memória que temos dele é de uma imagem da televisão. Todos esses elementos ficam embasados no fiel da balança: as vitórias em campo.
CartaCapital: Ronaldo Helal (professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e estudioso das relações entre mídia, esporte e identidade nacional) diferencia a relação dos argentinos e o Maradona da relação dos brasileiros e o Pelé, como “dionisíaca e apolínea” (em artigo de 2009 para a Revista Brasileira de Futebol, Helal usa termos associados aos mitos de Dionísio e Apolo, indicando Maradona como uma figura autêntica e emocional – dionisíaca – , e Pelé ao lado da prudência e da racionalidade – apolínea). É possível fazer uma distinção?
Edison Gastaldo: Gosto muito dessa distinção que o Ronaldo Helal faz. O Maradona se parece muito com alguns jogadores brasileiros, como Garrincha. Bom de bola, driblador, não é um jogo de conjunto – é aquele que pega a bola e leva até o gol. Fora a vida desregrada, de festas, baladas. O Pelé sempre foi construído, midiaticamente inclusive, como uma unanimidade. O Pelé, muito cedo, parou de fazer propaganda de bebidas alcoólicas, sempre se colocou como um empresário de si mesmo, vendeu sua imagem para diversas marcas ao longo da vida. Sempre teve a sua imagem pública muito atrelada ao uso comercial e ao uso que a Rede Globo fez dele, como um garoto propaganda do Brasil que vai para a frente, o melhor do mundo.
É uma estética da ditadura militar. Não sei se você lembra do Mequinho, o jogador de xadrez; o Emerson Fittipaldi; o João do Pulo. Esses ídolos que se destacavam em provas internacionais eram alçados à condição de ídolos, com propaganda estatal, para melhorar a moral da sociedade brasileira. O Pelé se prestou muito bem a fazer esse papel de amigo dos donos do poder, conversou tranquilamente com Médici, mandou camisa autografada para o Bolsonaro. Nunca enfrentou o establishment.
Maradona não fez esse caminho. Ele não aparecia no anúncio publicitário – ele aparecia no jornal na seção de Política, discutindo com o presidente, criticando o papa. Causava, era um polemista. O Maradona estava cercado de jornalistas, e o Pelé, de publicitários. Isso faz muita diferença na vida dos dois fora do campo, após deixarem de ser jogadores.
Dentro do campo, “quem é o maior de todos” é uma discussão ridícula. É como perguntar quem é o melhor cantor entre Frank Sinatra e Bono Vox. Não é uma questão que se coloque. Um é um grande cantor, o outro é um grande cantor. Que obsessão em tentar definir em quem é o melhor. Qualquer critério será arbitrário para favorecer o seu candidato: quem fez mais gols na Copa do Mundo? Em sua carreira? Eu posso provar que o Biro-Biro é o melhor do mundo. É uma discussão estéril.
Mas o Maradona é admirado por quem gosta do Che Guevara e, agora, do papa Francisco. Ele se associa com valores de identificação com o povo. Desde o peronismo, a classe trabalhadora argentina é muito organizada, cultua seus heróis e conhece seus opressores, não se reconhece nas elites. Então, o Maradona é um dos maiores personagens do mundo do esporte de todos os tempos. O Pelé também, mas por outros motivos.
CartaCapital: Maradona saudou Che Guevara e se reuniu com figuras como Fidel Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. O que explica a associação entre Maradona e esses líderes?
Edison Gastaldo: É a origem popular do Maradona e a vinculação dele com o que Gramsci chama de “intelectual orgânico”. Maradona nasce em Villa Fiorito, uma periferia como Queimados, no Rio de Janeiro. Ele diz: “Saí da Vila Fiorito, mas a Vila Fiorito não saiu de mim”. Pablo Alabarce diz assim: “Villa Fiorito não é um lugar onde se fica, é um lugar de onde se sai, mas do qual não se esquece”. É a lenda do Maradona – sair da periferia extrema com o céu como limite. É a vinculação com os pobres, favelados, as cabecitas negras, os imigrantes latino-americanos, que as elites brancas europeizadas contratam para subempregos.
Seu posicionamento de base vem de uma herança peronista, trabalhista, como o que seria aqui o “varguista”. Desse símbolo, o Che Guevara também nasce, também ele filho do tempo peronista. Essa visada sobre o mundo dos trabalhadores como prioridade central na política poucas vezes aconteceu no Brasil – e na Argentina formou um longo período. Acredito que essa vinculação do Maradona com grandes líderes da esquerda mundial venha daí. Ele fez um tratamento de reabilitação em Cuba, por conta do Fidel Castro. Então também há uma questão clínica nessa passagem na ilha.
Ele é contra o rei, o duque, o xerife, é contra o establishment. Sua admiração também vem da ousadia em enfrentar poderosos. Essa coragem de tomar partido, estar de um lado, escolher seu lado em uma disputa, lhe dá muita coerência e fortalece sua imagem como um herói da classe trabalhadora.
CartaCapital: No momento em que Maradona passou a expressar suas posições políticas, o futebol já era um canal para essas manifestações, ou o jogador iniciou esse espaço?
Edison Gastaldo: Os primeiros momentos de Maradona eram sob a ditadura militar argentina, o tempo do Videla [Jorge Rafael Videla, ditador entre 1976 e 1981] e das ligas militares argentinas. Quem era de esquerda morria nessa época. Maradona era apenas um garoto que jogava bola muito bem e foi muito útil para a ditadura, que projetou nele a figura de herói nacional e usou os meios de comunicação em seu favor. Em 1979, ele tinha 18 anos, jogou um campeonato mundial sub-20 e trouxe a taça ainda durante a ditadura. Claro que um triunfo desses seria exaltado por um regime totalitário, como se fosse um triunfo do regime.
A consciência política do Maradona evolui ao longo do tempo. Em 1982, a Argentina perde a guerra [das Malvinas], vem o Alfonsín [Raúl Alfonsín, ex-presidente], e é no momento de redemocratização que o Maradona floresce. Você pode dividir a carreira dele entre antes e depois da ditadura militar. Antes, era o garoto promissor, depois ele vira o Maradona. Seu apogeu é na década de 1980.
CartaCapital: Olhando para outros astros do futebol, as posições do Maradona não parecem comuns. O que ocorreu com o futebol para que essas posições não sejam reproduzidas?
Edison Gastaldo: Você diz por que não há mais jogadores como o Maradona. Existe uma barreira simbólica e ideológica, e todos os jogadores trabalham para os clubes. Os donos dos clubes, os dirigentes, os patrocinadores, são todos ligados ao grande capital. Ninguém quer jogadores contestadores, quer os jogadores obedientes – “cala a boca e joga”. Não quer que o jogador dê pitaco, palpites. Nesse sentido, os clubes ainda tratam os jogadores como posse, como peças em seu tabuleiro.
O jogador que quiser se expressar politicamente, tomar um partido, tem duas opções. Ele pode falar a favor dos poderosos e ganhará todos os microfones, lentes e luzes em volta dele – está aí o Felipe Melo [jogador do Palmeiras] dizendo que é bolsonarista, e aparecem as câmeras para filmá-lo. Há uma barragem ideológica que permite que qualquer um que fale a favor do bloco do poder ganhe as luzes, mas quem enfrenta isso, não. A única chance do jogador é continuar ganhando, sendo vitorioso e bom. Esses levam o microfone. Agora que ganhou o jogo e o campeonato, ouvirão o que tem a dizer.
Você tem esse concurso de fatores: o jogador tem que ter o seu posicionamento político próprio, tem que estar vencendo para estar em evidência e tem que fazer uso do seu posicionamento político nessa hora. Sócrates já fez isso: condicionou permanência no Corinthians à aprovação da emenda das Diretas Já. Não aprovaram. Ele foi para a Fiorentina [time da Itália]. Sócrates é um exemplo de jogador politicamente bem posicionado, e um ídolo que jogava muita bola.
Primeiro, o cara tem de ser bom de bola – e o mundo do futebol profissional é uma máquina de moer gente. Para cada 10 mil meninos que querem ser jogadores profissionais, um consegue. Isso significa ser reserva do Cabofriense: ser jogador profissional é receber para jogar. Para virar o Neymar, o Robinho, é um para cada 3 milhões. Qual é a formação política que esses meninos têm?
É assim: eu vou ganhar uma grana, dar uma casa para minha mãe, comprar um celular para a irmã, um carro para o meu pai. O cara quer ajudar a família. A questão é de sobrevivência. Você não tem uma formação política como no peronismo, que erradicou o analfabetismo. Houve uma educação em massa como política de Estado. No Brasil, ocorre aos trancos. De onde o menino da favela vai tirar formação política se ele está cercado de gente ambiciosa que só vê dinheiro, que quer vendê-lo como um negócio? Rapidamente esses meninos são alçados para um mundo imaginário, onde o dinheiro se conta em milhões, há coberturas e festas.
De onde vai vir essa consciência política? Um menino que está estudando não vai virar jogador de futebol profissional, porque ele deveria estar fazendo um peneirão enquanto está estudando matemática. A trajetória de vida do jogador de futebol profissional o leva para a alienação, faz dele uma peça do tabuleiro dos outros. Por isso, é difícil ver uma figura tão ímpar como o Maradona – e isso não acontece só aqui. Na Argentina também, os jogadores são instados a calar a boca e jogar. Ninguém gosta de jogador respondão. A questão do Maradona é: ele era muito bom. Quando você é o gênio, eles vão ter que te engolir. E já que vão engolir, engolem com pimenta. Essa circunstância rara de fatores faz de Maradona uma figura tão preciosa.
CartaCapital: Algo não pode passar despercebido neste fato histórico de sua morte?
Edison Gastaldo: É importante falar do quanto ele foi perseguido a vida inteira por conta do seu posicionamento político – perseguido, humilhado, marcado de cima. É o preço que se paga pela independência, por dizer o que você pensa, por enfrentar ao mesmo tempo o presidente dos Estados Unidos, a Fifa e o papa. Quando você arruma inimigos poderosos, você está sob ataque o tempo todo. Mas me parece que Maradona sempre soube estar à altura do personagem que construiu para si mesmo. Pela inteireza de seu caráter, é admirável. Se é para dizer quem foi o maior, na minha opinião, foi o Maradona.
Com informações da CartaCapital