A Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) participou, na quarta-feira (27), da sessão especial da Assembleia Legislativa da Bahia em alusão ao 25 de Julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A entidade foi representada na atividade por Valéria Possadagua, liderança metalúrgica de Simões Filho e secretária da Mulher da Federação.
Com o tema “Representação e Representatividade – Políticas de Inclusão de Gênero e Raça”, a sessão foi uma iniciativa da Comissão dos Direitos da Mulher da Casa, presidida pela deputa estadual Olivia Santana (PCdoB-BA). No Brasil, 25 de julho também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Segundo a jornalista, escritora e professora Rosanee Borges – uma das convidadas da sessão especial –, está na ordem do dia construir outra forma de existência e representação social, que leve em conta o ponto de vista das mulheres negras. Esse segmento da população – diz Rose – é capaz de pensar no comum, no coletivo. “Precisamos ocupar espaços de poder, visando mudar essa difícil realidade. Podemos liderar grandes revoluções – e já estamos fazendo isso nas comunidades”, afirmou a jornalista.
Para Rosane, cabe às mulheres “agir politicamente”, “participar da formulação de políticas econômicas e sociais”. As eleições gerais de 2022 serão um marco dessa luta. “Precisamos votar pela civilização para derrotar a barbárie. Sem nós, mulheres negras, não há democracia plena”, ressaltou.
A presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, destacou a importância do combate à desigualdade e à discriminação racial e de gênero. “Queremos uma sociedade justa econômica e socialmente para todas as mulheres. Não é possível que as mulheres afrodescendentes ainda recebam um salário menor que as mulheres não afro”, exemplificou Rosa.
Para a deputada Federal Alice Portugal (PCdoB-BA), o racismo e tornou mais naturalizando com o governo Jair Bolsonaro (PL). “Isso requer uma forte reação das mulheres negras, que são as que mais sofrem com o problema. Mas a sociedade também tem de reagir”, analisou. “É por meio da política que conseguiremos isso. Esta sessão une as mulheres em defesa da democracia e contra o racismo.”
Na opinião de Valéria, garantir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a prioridade eleitoral de 2022. Mas não é a única batalha, já que haverá disputa também aos governos estaduais, ao Senado, à Câmara dos Deputados e às assembleias legislativas. “Vamos apoiar candidaturas oriundas dos campos progressistas, de mulheres que dialoguem com as pautas caras à vida e à saúde, que protejam os empregos, para que nenhuma família fique sem pão e sem teto”, afirmou a sindicalista.
“É um desafio ainda maior para as famílias chefiadas por mulheres, as mais prejudicadas pelo desgoverno fascista de Bolsonaro e sua política econômica que fez disparar o preço dos alimentos causando grande insegurança alimentar”, agregou Valéria. “A vida de cada mulher se estrutura de forma diferente, mas nenhuma delas pode ser deixada para trás. Todas necessitam de garantia de seus direitos.”
A dirigente da Fitmetal lembrou que a presença da mulher na política garante avanços civilizacionais, a exemplo da Lei Maria da Penha. A essa pauta se soma a missão do próximo governo de reconstruir o Brasil. “Como mulher trabalhadora metalúrgica, feminista e sindicalista, não vejo outro caminho para que a gente possa retomar a reindustrialização do País e o desenvolvimento econômico, com geração de empregos e renda. A eleição de Lula para presidente é nosso compromisso com a vida de todas e todos”, concluiu a sindicalista.
A sessão da Comissão dos Direitos da Mulher da Casa teve como parceiros o Sintracom (Sindicato da Construção Civil da Bahia), o Sinttel (Sindicato de Telecomunicações da Bahia) e a Flemacon (Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção Civil). Desde sua fundação, em 2010, a Fitmetal promove ou prestigia atividades que valorizem a história e as lutas das mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
