O mês de setembro deveria ser marcado pelo início da campanha eleitoral de 2020 e pelo debate sobre temas de interesse das cidades. Mas o Brasil, sob o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, segue às voltas com a recessão, o desemprego, a pandemia do novo coronavírus e outros problemas estruturais graves.
Os setores patronais querem aproveitar a crise para endurecer ainda mais as campanhas salariais, arrochar salários e liquidar direitos. Nas fábricas, ressurgem velhas formas de exploração e precarização do trabalho, que elevam a jornada e exaurem os trabalhadores operários.
A tudo isso se soma, agora, a absurda inflação de itens da cesta básica. Conforme as associações ligadas ao setor de supermercados, alimentos como o feijão, o leite, o óleo de soja e, sobretudo, o arroz registram uma inflação superior a 20% nos últimos 12 meses.
A FITMETAL orienta suas entidades de base a somarem, às suas pautas, as lutas pela preservação da vida e do trabalho decente, pela proteção do emprego, dos direitos e da renda, pelo combate à carestia e pela garantia de comida na mesa dos brasileiros. Esse enfrentamento requer a unidade do movimento sindical, por meio de ações como a campanha #NãoDemita, idealizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e abraçada pela FITMETAL.
Conclamamos todas as nossas bases a realizarem ações em 26 de setembro, para denunciar a alta de preços nos alimentos. Além de uma campanha geral nas redes sociais, é importante que cada base organize uma atividade para desmascarar a situação do Brasil hoje: enquanto o governo Jair Bolsonaro corta o auxílio emergencial para a metade, o preço dos alimentos dispara.
Propomos ações como panelaços, sopões, almoços solidários, coleta e doação de alimentos ou de cestas básicas, etc. Como a pauta é de interesse não apenas dos trabalhadores metalúrgicos – mas também de pequenos produtores de alimentos, redes varejistas, feirantes, comerciantes, etc. –, o objetivo é ampliar ao máximo essa luta, agregando entidades e parcerias.
Vamos pressionar Bolsonaro a intervir para “segurar” a inflação da cesta básica, reduzindo ainda mais tarifas de importação; recompondo os estoques reguladores de alimentos não perecíveis através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento); isentando impostos sobre os alimentos da cesta básica, até o fim do estado de calamidade pública; ampliando o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); e prorrogando o auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro deste ano.
Betim, 16 de setembro de 2020
A direção executiva da FITMETAL